Segundo delegado, os valores e bens apreendidos podem ser usados para ressarcir as vítimas do crime. O golpe é conhecido pela polícia como ‘falso intermediário’.

Mega operação investiga grupo suspeito de estelionato e lavagem de dinheiro
Suspeitos de aplicarem o golpe em vendas online chegaram a causar prejuízo de R$ 1,8 milhão, de acordo com o delegado Murilo Freire. O golpe é conhecido pela polícia como “falso intermediário”, em que tanto o comprado quando o vendedor são vítimas do esquema.
“Eles enganam tanto o vendedor quanto o comprador, convencendo os dois a se encontrarem para avaliar o produto e os convencendo não discutirem valores, enquanto ele [o golpista] atua como um intermediário”, afirmou o delegado.
Como o nome dos suspeitos não foram divulgados, o g1 não conseguiu contato com as defesas.
Golpe
Murilo explicou que o esquema aplicado pelos golpistas se baseava em clonar anúncios de terceiros, principalmente de veículos, colocando valores mais baixos. Segundo ele, os criminosos agiam de forma organizada, com parte deles sendo responsáveis por obter informações sobre os anúncios.
“Eles, preferencialmente, procuram veículos semi-novos e de ótima qualidade e também buscam vendedores não profissionais. Aí eles pegam os detalhes desses anúncios e, na sequência, fazem um anúncio falso, geralmente com preços mais em conta”, afirmou o delegado.
Após clonarem o anúncio, o delegado explicou que os criminosos esperavam pelo contato da outra vítima, que seria o comprador, e então os suspeitos manipulavam os donos dos anúncios originais e os compradores para que eles se encontrassem.
“O golpista vai intermediar o encontro para avaliar o bem. Ele cria uma falsa narrativa para o vendedor dizendo que tem uma dívida com relação ao comprador e pedindo para não falarem sobre valores na hora de mostrar o bem e, da mesma forma, faz com o comprador”, declarou.
Segundo Murilo, após isso, as duas vítimas se encontram e o comprador avalia o bem, mas ao fim da negociação, transfere o valor combinado para a conta bancária do golpista, achando que estava avaliando o veículo com um intermediário.