Mais de 100 mulheres caem no golpe da falsa agência de modelos

As vítimas eram cooptadas pelas redes sociais com a falsa ilusão de que participariam de um novo comercial de uma marca de maquiagem

Mais de 100 vítimas caíram em um golpe promovido por uma falsa agência de modelos. A Polícia Civil de Goiás (PCGO) prendeu cinco pessoas em um hotel de luxo no Setor Oeste, em Goiânia (GO), nesse domingo (2/2). O quinteto preso é investigado por aplicar golpes em diversas vítimas: mulheres com idades entre 40 e 60 anos e adolescentes. Eles atuavam desde São Paulo (SP).

As vítimas eram cooptadas pelas redes sociais com a falsa ilusão de que participariam de um novo comercial de uma marca de maquiagem. Para tanto, tinham que pagar entre R$ 1 mil e R$ 3 mil para os golpistas, com a promessa de cachês de R$ 3 mil mais 30% no lucro da venda de produtos da marca.

Mais de 100 mulheres de Goiânia, Anápolis, Brasília e São Paulo caíram no golpe. O grupo preso vai responder por estelionato qualificado e associação criminosa.

 

Idosa é enganada por agência de modelos do DF e toma prejuízo

A mulher, de 86 anos, fechou contrato com a agência, mas desistiu da empreitada horas depois. Porém, não conseguiu o estorno do valor pago

Uma moradora de 86 anos do Distrito Federal passa por sufoco desde o início da semana, após tentar cancelar um contrato com uma agência de modelos. Ela diz que a agência prometeu entregar álbuns de fotos e levá-la para desfiles de moda. Mas, depois de algumas horas, ela desistiu e quis suspender o contrato. Desde então, os responsáveis estariam “enrolando” e não teriam cancelado o contrato. O caso foi parar na Polícia Civil (PCDF).

Segundo a moradora da Asa Sul, que prefere não se identificar, o perfil da Elitte Assessoria entrou em contato com ela pelas redes sociais. Na terceira vez, na segunda-feira (24/1), ela concordou em ir conhecer a agência, localizada na Asa Norte. “Passei horas, das 15h até as 20h conversando com eles. Tiraram fotos e a todo momento me prometiam coisas. Tudo de melhor que você pode imaginar”, diz.

Depois das fotos, ela assinou um contrato com a agência. “Passei o cartão de crédito no valor de R$ 1,5 mil por um pacote de serviços”. Depois, conversando com a família, a mulher quis desistir de ser agenciada pela empresa. Porém, ao entrar em contato com os responsáveis, não conseguiu ter o dinheiro de volta. “Não é nem pelo dinheiro que perdi, mas tenho saúde frágil e, desde que tudo aconteceu, tenho de tomar remédios para não passar mal”, relata. “Minha intenção é que outras pessoas não caiam nessa”.

O outro lado

Procurada, a Elitte Assessoria informou que a mulher aceitou “livremente ser agenciada e contratar a empresa”. Na versão do estabelecimento, a devolução integral do valor “não se mostra razoável, devido à realização parcial dos trabalhos”.

Golpes em modelos

Como mostrado nos últimos anos, é comum agências de modelos se envolverem em problemas com clientes. Em 2020, modelos brasilienses acusaram a empresa Ü Models Brasil de golpe. Os candidatos convocados pelas redes sociais deveriam arcar com os gastos da produção de um book – portfólio onde constam fotos selecionadas do modelo tiradas pela agência e usadas como ferramenta de divulgação do agenciado.

Pelos livros, a empresa cobrava valores entre R$ 1 mil e R$ 1,7 mil. A promessa, de acordo com os denunciantes, era de fotografias de qualidade tiradas por profissionais. As vítimas, contudo, relatam que, após o pagamento solicitado pela agência, a Ü Models Brasil não cumpria com o acordo ou apresentava fotografias amadoras, sem qualquer tratamento. Revoltados, os modelos até criaram um perfil na rede social chamado Ü Models Te Engana. O esquema é bem parecido com o praticado pela Elitte Assessoria contra a mulher de 86 anos.

 

Golpe do caixa eletrônico: criminosos espiavam senha de vítimas após oferecer ajuda

Dois irmãos, de 33 e 24 anos, foram presos pela Polícia Militar (PM) em Goiânia após aplicarem o chamado ‘golpe do caixa eletrônico’. Eles ofereciam ajuda a clientes que utilizavam o terminal eletrônico bancário, espionavam a senha das vítimas e faziam a troca de cartões. A dupla, que é de São Paulo, foi presa na última quinta-feira (5).

Para a polícia, os irmãos confessaram que gastariam o dinheiro roubado com lazer na cidade de Caldas Novas. Segundo a PM, o prejuízo causado pelos crimes em Goiânia chega a R$ 7 mil. A prisão da dupla foi realizada após a verificação das câmeras de monitoramento dos estabelecimentos onde os caixas eletrônicos estão instalados. As equipes da Força Tática do 31° BPM, em conjunto com a agência de inteligência, conseguiram também identificar a placa do veículo utilizado pelos autores.

No momento da prisão, eles relataram cometer o crime em vários estados do país. A dupla de irmãos foi conduzida à Central Geral de Flagrantes.

Golpistas se passam por ladrões e exigem dinheiro para devolver cargas

Segundo a polícia, eles aproveitam o momento de fragilidade para exigir dinheiro, causando um segundo prejuízo às vítimas

A Polícia Civil de Goiás (PCGO), por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Cargas (Decar), em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), deflagrou nesta terça-feira (16) operação que culminou na prisão temporária de três membros de uma quadrilha especializada em extorquir dinheiro de vítimas de furto ou roubo de cargas e veículos.

De acordo com as investigações, os criminosos obtinham informações acerca de roubos de veículo ou cargas ocorridos nas últimas horas e passavam, então, a manter contato com as vítimas afirmando estar em posse dos bens roubados e exigindo dinheiro para devolvê-los.

O grupo criminoso, que concentra seus integrantes em Goiás, mas tem atuação em âmbito nacional, se vale do fato de que várias das vítimas não possuem seguro dos bens subtraídos. Eles aproveitam o momento de fragilidade para exigir dinheiro, causando um segundo prejuízo às vítimas.

Por meio de ligações telefônicas, os integrantes da organização se passavam até mesmo por agentes de segurança pública na tentativa de obter informações das vítimas. Em São Paulo, uma das duas vítimas identificadas, chegou a pagar R$ 15 mil aos criminosos.

Nesta fase da operação, são apurados os crimes de associação criminosa, corrupção de menores e estelionato.

Mulher é presa após dar golpe de R$ 700 mil em idosas da mesma família

Investigada também se apropriou de mais da metade do valor de R$ 1 milhão correspondente a um apartamento vendido em Brasília (DF)

A Polícia Civil de Goiás (PCGO), com apoio da Polícia Militar, deflagrou, em Goiânia (GO), a Operação Falsus, que levou à prisão em flagrante de uma mulher de 25 anos suspeita de explorar financeiramente ao menos três parentes idosas. O caso ocorreu nessa segunda-feira (8/1).

As investigações começaram na última quinta-feira (4/1), quando outra sobrinha das supostas vítimas informou à Polícia Civil que três tias – com idades de 91, 96 e 98 anos – haviam sido lesadas pela suspeita, que cometia estelionato e exploração financeira contra elas. O prejuízo teria superado R$ 700 mil.

A suspeita havia trabalhado na casa de uma das idosas por mais de dois anos e conseguido a confiança dela, a ponto de ser autorizada, por meio de procuração pública, a fazer movimentações nas contas correntes da vítima, que era servidora pública federal aposentada, não era casada e não tinha filhos.

Por ser equilibrada com os gastos, segundo a PCGO, a idosa acumulava grande patrimônio. E, ciente da situação, a investigada passou a fazer diversos desvios da conta bancária da vítima, além de se apropriar de mais da metade do valor de R$ 1 milhão correspondente à venda de um apartamento em Brasília (DF).

A vítima morreu, e a família dela só percebeu os desvios devido à partilha de bens, quando foi surpreendida pela informação. Depois disso, a investigada acabou contratada para cuidar de outra idosa, irmã da vítima que havia morrido.

Na última sexta-feira (5/1), primeiro dia de trabalho da investigada e já com o cartão bancário da segunda idosa, ela fez um saque de R$ 2 mil. Porém, estava sob monitoramento da PCGO.

Três dias depois, a suspeita foi presa enquanto se preparava para fazer outro saque. Com ela, os policiais apreenderam um automóvel avaliado em R$ 100 mil, comprado com os valores desviados. Em depoimento, ela se contradisse em relação aos fatos apurados

 

Saiba quem são os presos por aplicar o golpe das tendas em Brasília

Eles alugavam as estruturas, mas jamais montavam os equipamentos após inventar diversas desculpas para os clientes

Presos em flagrante pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) na manhã desta sexta-feira (5/1) por integrar associação criminosa especializada em aplicar golpes durante a montagem de grandes eventos, os membros da quadrilha da “tenda do golpe” colocavam para alugar as estruturas, mas jamais montavam os equipamentos após inventar diversas desculpas aos clientes.

De acordo com as investigações da 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), os presos Jefferson Antônio Pereira, Douglas Antônio Pereira Bernardes e Carine da Silva Pereira (foto em destaque), junto a outros comparsas, usavam cinco empresas para anunciar o falso serviço de aluguel de tendas para a prestação de eventos. As apurações identificaram que, na verdade, os golpistas usam empresas de fachada para cometer o crime.

Segundo apurado, o grupo utilizava as empresas JR Tendas, Bernardes Eventos, Bernardes Construções, Big Tendas & Toldos e Mulka Locações e Eventos para anunciar o falso serviço de aluguel. Os policiais descobriram que as lojas não estão sediadas nos endereços cadastrados, tratando-se de empresas de fachada.

Carine era casada com Jeferson, que é irmão de Douglas. O casal foi preso na região da Taboquinha, em Padre Bernardo (GO). O terceiro detido foi encontrado em Planaltina (DF).

Os estelionatários utilizavam o seguinte modus operandi: anunciavam os falsos serviços de locação de tendas e equipamentos para eventos por meio das empresas de fachada e, após serem contatados pelos interessados, os integrantes do grupo criminoso simulavam a contratação e exigiam o pagamento antecipado de 50% do valor pactuado, prometendo a instalação do equipamento na data do evento.

‘Golpe do amor’: homem é preso após seduzir e enganar mais de 20 mulheres no DF

Suspeito teria lucrado mais de R$ 500 mil com esquema. Polícia Civil diz que vítimas eram mães solteiras, entre 30 e 45 anos, que tinham acabado de se mudar para capital.

Um homem de 42 anos foi preso, na manhã desta sexta-feira (15), suspeito de estelionato contra, pelo menos, 26 mulheres, no Distrito Federal. De acordo com as investigações, após criar intimidade com as vítimas, ele pedia dinheiro, prometendo que devolveria os valores. O suspeito teria lucrado mais de R$ 500 mil com o esquema.

A Polícia Civil aponta que os alvos do suspeito eram mães solteiras, entre 30 e 45 anos, com estabilidade financeira e que tinham chegado recentemente na capital (veja detalhes abaixo). O caso é investigado pela 26º Delegacia de Polícia, em Samambaia Norte.

O homem se identificava como Wagner Oliveira. No entanto, de acordo com o delegado responsável pelo caso, esse não é o nome verdadeiro do suspeito — que não foi informado devido as investigações ainda estarem em andamento.

Dependendo do perfil da rede social, o homem afirmava ter uma profissão. Em uma delas, ele dizia ser cantor. Em outra, o suspeito afirmava ser empresário do agronegócio. Wagner dizia ainda ter duas filhas. Já em outro perfil, ele usava o apelido “Gui”.

Ele é investigado por estelionato em continuidade delitiva, apropriação indébita, coação no curso do processo e furto. Se condenado, ele pode pegar até 18 anos de prisão.

De acordo com a Polícia Civil, o homem tinha vários perfis em redes sociais e aplicativos de namoro. Após identificar os “alvos”, ele começava a conversar com as mulheres e pedia o número do WhatsApp das vítimas. No outro aplicativo, o homem continuava a criar intimidade com elas.

Em seguida, de acordo com as investigações, o suspeito prometia amor, fidelidade e constituição de uma família. Depois que conseguia envolver as vítimas emocionalmente, ele pedia dinheiro emprestado, financiamento e que elas comprassem bens para ele.

Em todas as vezes, o homem prometia que os valores gastos pelas vítimas seriam devolvidos nos próximos dias. Ele afirmava que iria receber por um suposto acerto trabalhista, venda de imóvel ou lucro de loja ou empresa que ele estava abrindo.

As vítimas contaram em depoimento que, depois que conseguia o que queria, ele se tornava agressivo e passava a ameaçar e ofender as mulheres. O homem as intimidava para que elas não registrassem boletim de ocorrência na polícia. Em seguida, de acordo com a investigação, ele criava novos perfis em redes sociais para fazer novas vítimas.

A Polícia Civil identificou, pelo menos, 26 vítimas. No entanto, os investigadores suspeitam que outras mulheres possam ter sido alvo do homem no DF e também em outros estados, principalmente em Goiás.

Golpista forja assinatura de faxineira e pega empréstimo de R$ 17 mil

Perícia grafotécnica constatou que a assinatura da mulher foi falsificada nos contratos. Bancos Bradesco e C6 foram condenados pela Justiça

Por duas vezes e dentro de um mesmo período, uma faxineira de 52 anos, moradora do Distrito Federal, foi vítima de um golpe ao ter a assinatura fraudada em bancos onde ela nem sequer tinha conta.

Advogados da vítima contaram que tudo começou em 2021. Certo dia, a diarista foi “puxar um extrato” e verificou que havia sido depositada uma “grande quantia” de dinheiro em sua conta no Itaú a partir de dois bancos: Bradesco e C6. Do primeiro, ela recebeu mais de R$ 7 mil, enquanto do segundo, o montante foi superior a R$ 10 mil.

Desconfiada, a vítima entrou em contado com as duas instituições bancárias para devolver o dinheiro. Contudo, foi avisada que o pedido não seria atendido, uma vez que as transferências, supostamente solicitadas em seu nome, foram frutos de empréstimos consignados e caíram em uma conta pertencente a ela, e não de terceiros.

Com isso, os bancos passaram a cobrar parcelas altas e mensais da mulher, que sobrevive com salário mínimo.

Segundo o acordo fraudulento, a vítima, que não solicitou os serviços do Bradesco e do C6, teria de devolver aos dois bancos, somados, e no prazo de 7 anos, mais de R$ 34 mil.

Com a recusa das instituição em cancelar os empréstimos e diante da negativa em fazer o estorno dos valores debitados de sua conta, a faxineira procurou um advogado, que levou o caso à Justiça contra os dois bancos.

 

Golpistas invadem sistema do INSS e fraudam R$ 288 mil em auxílio

Segundo a PF, o auxílio-reclusão foi solicitado sem os documentos necessários e com data retroativa, gerando pagamento dos últimos 5 anos

A Polícia Federal (PF) cumpriu, na manhã desta terça-feira (10/10), seis mandados de busca e apreensão no Distrito Federal relacionados a uma investigação que apura a reativação fraudulenta de benefício previdenciário de auxílio-reclusão. Os mandados foram expedidos pela 10ª Vara Federal Criminal do DF.

A ação é um desdobramento de uma prisão em flagrante, realizada em 16 de maio de 2023 pela Força Tarefa Previdenciária. Na ocasião, duas pessoas foram presas tentando sacar cerca de R$ 82 mil.

 

Os levantamentos efetuados a partir do cruzamento de informações indicaram que o auxílio-reclusão foi solicitado sem os documentos necessários e com data retroativa, gerando pagamento dos últimos cinco anos.

Há indícios de uso indevido de matrículas e senhas de servidores do INSS, possivelmente por meio de ações de hackers, para reativações de benefícios sem o devido processo administrativo.

 

Com o aprofundamento das investigações, apurou-se que o grupo realizou a reativação de outros dois benefícios, que geraram pagamentos de aproximadamente R$ 126 mil e R$ 79 mil, totalizado um possível prejuízo de mais de R$ 288 mil. Os elementos indicam que os envolvidos planejavam fazer outras fraudes.

Em atuação há 22 anos, a Força-Tarefa Previdenciária é integrada pelo Ministério da Previdência Social, pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, que atuam em conjunto no combate eficaz de crimes estruturados contra o sistema previdenciário.

Golpe no golpista: “Playboy da batida” foi vítima de estelionato no DF

Golpe no golpista: “Playboy da batida” foi vítima de estelionato no DF

O empresário Glauber Henrique Lucas de Oliveira faturou alto simulando batidas para receber o seguro, mas registrou BO quando levou golpe

Preso temporariamente no âmbito da Operação Coiote, da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que desbaratou um esquema criminoso responsável por simular acidentes de trânsito e destruir carros de luxo para receber altos valores de indenização pagos por seguradoras, o empresário Glauber Henrique Lucas de Oliveira faturou alto com os golpes, mas não admite ser “passado para trás”

O suspeito de integrar a organização criminosa, que desde 2015 faturou R$ 2 milhões simulando 12 acidentes ao destruir 25 veículos de luxo de montadoras como Porsche, Audi, BMW, Mercedes e Volvo, registrou pelo menos duas ocorrências na PCDF em que figura como vítima. Em uma delas, Glauber relata que, em abril deste ano, fizeram três compras utilizando seu cartão de crédito, totalizando R$ 261. Os valores não haviam sido reconhecidos pelo “playboy da batida”.

Em outro caso, ocorrido em abril do ano passado, o empresário que liderava o esquema para embolsar os valores dos seguros registrou outra ocorrência de estelionato, mas novamente “provou do próprio veneno”. Glauber levou prejuízo ao ter dados clonados em um programa de milhas usado para abater valores de passagens aéreas. No golpe, terceiros usaram os pontos do empresário para compra de passagens. Mesmo após o registro de ocorrência, o playboy da batida não recebeu os pontos de volta.

Organização criminosa
Nas primeiras horas dessa segunda-feira (18/9), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desencadeou megaoperação para desmantelar organização criminosa especializada em simular acidentes de trânsito e destruir carros de luxo para receber altos valores de indenização pagos por seguradoras.

Estruturado, o grupo criminoso era formado por um empresário, uma advogada, um ex-policial militar do DF, a mulher do PM e outros dois integrantes. O bando, de acordo com as investigações, faturou pelo menos R$ 2 milhões forjando acidentes violentos, com perda total dos veículos, para embolsar o dinheiro do seguro.

Outro “cabeça” da organização criminosa é o ex-policial militar Rosemberg de Freitas Silva. Ele foi expulso da PMDF por causa da emissão de 150 cheques sem fundos. Os veículos em nome do ex-militar chamam a atenção pelos altos valores. A coluna apurou que Rosemberg é dono de duas Porsches Cayenne, uma moto BMW R1250 e outra Honda PCX, além de três carros de menor valor, como um Honda Fit e um Hyundai HB20.

“Esta é quinta operação da PCDF contra fraudes no recebimento de indenização de seguro de veículos. A cada ação, há diminuição de simulações de acidente em Brasília, o que reduz o risco das seguradoras e, consequentemente, o preço do seguro do brasiliense”, disse o delegado-chefe da 18ª DP, Fernando Cocito.

A organização criminosa tinha um modus operandi definido no momento de comprar um determinado carro, circular com ele por alguns meses e depois planejar a colisão. As batidas sempre ocorriam em locais ermos e escuros, para dificultar a presença de testemunhas. Os integrantes do esquema adquiriam veículos importados de certo tempo de uso e de difícil comercialização, alguns ainda avariados.

Os investigadores descobriram que os veículos eram consertados e, logo depois, os criminosos contratavam seguros, sempre com valor de indenização correspondente a 100% da tabela Fipe, muito superior ao valor de aquisição e conserto dos carros. Para driblar o mercado segurador e dificultar a descoberta de vínculos criminosos, o bando se revezava na condição de proprietário, contratante do seguro, condutor, terceiro envolvido no acidente e recebedor da indenização, às vezes via procuração.

Da mesma forma, para dificultar a apuração policial, os membros da organização criminosa registravam as ocorrências dos acidentes por meio da Delegacia Eletrônica, afastando questionamentos da polícia judiciária sobre as circunstâncias dos supostos acidentes. Em seguida, o bando dava entrada no processo para o recebimento da indenização do seguro, sempre com base na tabela Fipe.