Informações do Banco de Perfis Genéticos da Polícia Técnico-Científica de Goiás foram essenciais para identificar o serralheiro Daniel Mauricio de Oliveira, preso suspeito de cometer estupros em série na Grande Goiânia. Perita Criminal e Chefe de Gabinete da Polícia Científica, Mariana Mota explicou que desde 2015 eram coletados materiais biológicos do suspeito deixado em vítimas.
“Essas amostras iam sendo processadas [no Laboratório de Biologia e DNA Forense]. Gerava-se um perfil genético (DNA), e esse perfil era inserido no Banco de Perfis Genéticos. À medida que novas vítimas iam aparecendo, o banco ia reportando ‘matches’, que são as coincidências genéticas, e a gente encaminhava esses laudos para a Polícia Civil”, explicou.
A prisão de Daniel Mauricio de Oliveira foi efetuada após a confirmação de oito vítimas, mas o número subiu após a divulgação do caso na imprensa. Em dezembro de 2023, a Polícia Científica reportou o laudo de uma das vítimas à Polícia Civil, que começou a investigação conjunta sobre as mulheres, chegando ao serralheiro.
“O encaminharam para a gente, fizemos a coleta do DNA dele e, ao compararmos com o DNA deixado em seis vítimas, houve match, a coincidência dos perfis genéticos, indicando que ele foi o autor desses estupros”, completou Mariana.
Com os dados coletados e armazenados, semanalmente, o banco faz buscas de coincidências genéticas de vestígios que possam indicar autores dos crimes, para reportar à Polícia Civil, segundo Mariana Mota. Em seguida, os suspeitos também são apresentados à Polícia Científica.
“A gente faz a comparação, como foi no caso do estuprador em série. O banco também faz as comparações entre perfis de vestígios de local de crime e de corpo de vítima com o dos condenados. Dessa forma, conseguimos a autoria de vários crimes sem necessitar que um suspeito seja indicado pela Polícia Civil”, pontuou Mariana.
O banco de Goiás também é ligado ao Banco Nacional, juntamente com mais 22 bancos dos outros Estados e do Distrito Federal, bem como da Polícia Federal.
“O Banco Nacional consegue fazer essas buscas, tanto de vestígios entre si, quanto de vestígios com condenados, do Brasil inteiro. Se um indivíduo comete um estupro em dois, três ou mais estados, como já aconteceu algumas vezes, o Banco Nacional também consegue reportar”, finalizou Mariana.