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Condição social, de saúde e idade: conheça perfil das vítimas da covid-19 no DF

Condição social, de saúde e idade: conheça perfil das vítimas da covid-19 no DF

Para médicos, além de fatores como comorbidades e faixa etária, situação social da população tem influência direta sobre quantidade de mortes provocadas pela doença

Distrito Federal teve o primeiro caso da covid-19 notificado em 5 de março de 2020. Desde então, a Secretaria de Saúde confirmou 482.337 infecções e 10.245 mortes. No entanto, o novo coronavírus não atingiu com a mesma intensidade todas as regiões administrativas.

 

Áreas com mais problemas de vulnerabilidade social estão entre os locais com maior taxa de letalidade — número de mortes em relação ao total de pessoas com a doença. Quanto ao perfil das vítimas que não resistiram ao quadro, idosos e a população com algum tipo de comorbidade foram os mais afetados.

Na avaliação da taxa de letalidade, o Sol Nascente/Pôr do Sol lidera o ranking das cidades do DF, com morte de 4,81% dos infectados (leia Raio-X). Para o doutor em saúde pública e pesquisador do Observatório PrEpidemia Roberto Bittencourt, a desigualdade social agrava esse índice.
“O vírus não é democrático. Ele atinge, principalmente, as populações mais vulneráveis, que têm menos condições de se proteger, de ficar isolada. Geralmente, os locais com piores taxas de doenças coincidem com regiões mais afetadas, também, pela violência e pelo desemprego, por exemplo”, analisa.

Os dados da covid-19 são mais do que números: são nomes de parentes, amigos e colegas de alguém. Amanda Xavier, 21 anos, estudante de enfermagem e moradora de Ceilândia sofre com o vazio provocado pela doença. Entre as vidas perdidas na cidade está a de uma tia.
Elisangela Marcelina tinha 43 anos. Era casada, mãe de uma menina, além de professora de história e geografia para estudantes do ensino médio. “Muitas das vítimas da nossa região administrativa trabalham em outras cidades. E grande parte da população depende do emprego e do transporte público para sobreviver. Isso gera mais probabilidade de termos casos da covid-19”, diz Amanda.

 

O novo coronavírus pode se alojar em qualquer área do corpo e causar danos. E o rim tem um grande núcleo de vasos e receptores. Caso a pessoa tenha alguma comorbidade nessa área, isso pode agravar a situação (da covid-19)”, destaca.

Quanto aos grupos socialmente vulneráveis, a questão da insegurança alimentar pode influenciar para a ocorrência de mais infecções nas regiões onde elas vivem, segundo Werciley. “Dificilmente, essas pessoas têm uma nutrição adequada e balanceada, porque, geralmente, não têm acesso a isso. Outro fator é que elas podem ter doenças prévias, mas sem receber diagnóstico ou tratamento adequado. Esse cenário prejudica ainda mais essa população”, completa o infectologista.

 

 

 

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