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Golpista da OLX: vendedora de carros responde a 26 processos no DF

Golpista da OLX: vendedora de carros responde a 26 processos no DF

Tivemos acesso a documentos que tramitam no TJDFT, conversou com vítimas e vizinhos da investigada Viviane Pereira dos Santos

A vendedora de carros Viviane Pereira dos Santos, 37 anos, que foi alvo de operação da Polícia Civil na sexta-feira (30/6) por crimes de estelionato, é velha conhecida na esfera criminal. Conhecida como a Golpista da OLX, ela tem em suas costas 26 processos, que envolvem desde brigas com cabeleireiros a investigações criminais.

A vendedora de carros Viviane Pereira dos Santos, 37 anos, que foi alvo de operação da Polícia Civil na sexta-feira (30/6) por crimes de estelionato, é velha conhecida na esfera criminal. Conhecida como a Golpista da OLX, ela tem em suas costas 26 processos, que envolvem desde brigas com cabeleireiros a investigações criminais, como ameaça.

O nosso veículo teve acesso a documentos que tramitam no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) e conversou com vítimas e vizinhos da loja de Viviane Pereira, na Cidade do Automóvel.

“Trabalho com a polícia ou com o PCC”
Um dos processos mais polêmicos de Viviane diz respeito a ameaças. No documento, ela acusa uma pessoa de ter causado prejuízos a ela por ter indicado um funcionário que aplicou golpes na loja dela. A vendedora alega que os dois são cúmplices.

Para tentar reaver os danos financeiros, Viviane envia mensagem fazendo referência à maior organização criminosa do país: o Primeiro Comando da Capital. “Trabalho com a polícia ou com o PCC”, é o trecho de uma das mensagens que Viviane enviou à vítima e foi anexado ao processo de ameaça e crimes pela internet ao qual responde.

“Irei aí novamente com três colegas e só saio com os telefones. Você vai pagar carro por carro, e não vou na mesma educação, não”, inicia uma das conversas. A vítima se defende dizendo que não fez nada. “Você não quer tirar minha paz”, responde.

“Venha aqui, já que é homem, porque se eu for aí vai ser pior”, continua as ameaças. Em outro momento, a dona da loja informa que vai usar mais os 525 mil seguidores para denunciar a conta do homem.

O Metrópoles localizou o perfil de Viviane, que é verificado em uma rede social, mas está privado atualmente. Até a última atualização desta reportagem, ao menos 488 mil pessoas seguiam ela na plataforma.

Golpe pela OLX
Em uma das 35 denúncias a que responde, Viviane teria usado o site de vendas OLX para procurar pessoas que anunciaram venda de carros.

“Ela dizia que estava com uma venda certa. A loja parecia séria, fez contrato e tudo, e eu estava com pressa para vender”, informou a vítima, que é um advogado. Quando assinaram o contrato, o nome da loja era Gasoline (mesma nomenclatura da operação deflagrada pela 8ª Delegacia de Polícia contra a concessionária Fort Veiculo – nome atual da empresa).

Segundo o boletim e o relato da vítima, Viviane teria cobrado ainda R$ 1,7 mil para fazer o polimento e teria dito que o negócio estava fechado, e o veículo seria vendido por R$ 59 mil.

Depois de deixar o carro sob cuidados de Viviane, passaram-se ainda 29 dias e o automóvel seguia na concessionária. Depois de um mês, o advogado foi retirar o veículo e percebeu que nem o polimento havia sido feito, e o carro registrava mais 1.315 km rodados – quilometragem superior à distância entre Brasília e Rio de Janeiro, que é de cerca de 1,2 mil km.

A vendedora de carros Viviane Pereira dos Santos, 37 anos, que foi alvo de operação da Polícia Civil na sexta-feira (30/6) por crimes de estelionato, é velha conhecida na esfera criminal. Conhecida como a Golpista da OLX, ela tem em suas costas 26 processos, que envolvem desde brigas com cabeleireiros a investigações criminais, como ameaça.

O Metrópoles teve acesso a documentos que tramitam no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) e conversou com vítimas e vizinhos da loja de Viviane Pereira, na Cidade do Automóvel.

“Trabalho com a polícia ou com o PCC”
Um dos processos mais polêmicos de Viviane diz respeito a ameaças. No documento, ela acusa uma pessoa de ter causado prejuízos a ela por ter indicado um funcionário que aplicou golpes na loja dela. A vendedora alega que os dois são cúmplices.

Para tentar reaver os danos financeiros, Viviane envia mensagem fazendo referência à maior organização criminosa do país: o Primeiro Comando da Capital. “Trabalho com a polícia ou com o PCC”, é o trecho de uma das mensagens que Viviane enviou à vítima e foi anexado ao processo de ameaça e crimes pela internet ao qual responde.

“Irei aí novamente com três colegas e só saio com os telefones. Você vai pagar carro por carro, e não vou na mesma educação, não”, inicia uma das conversas. A vítima se defende dizendo que não fez nada. “Você não quer tirar minha paz”.

“Venha aqui, já que é homem, porque se eu for aí vai ser pior”, continua as ameaças. Em outro momento, a dona da loja informa que vai usar mais os 525 mil seguidores para denunciar a conta do homem.

O Metrópoles localizou o perfil de Viviane, que é verificado em uma rede social, mas está privado atualmente. Até a última atualização desta reportagem, ao menos 488 mil pessoas seguiam ela na plataforma.

Golpe pela OLX
Em uma das 35 denúncias a que responde, Viviane teria usado o site de vendas OLX para procurar pessoas que anunciaram venda de carros.

“Ela dizia que estava com uma venda certa. A loja parecia séria, fez contrato e tudo, e eu estava com pressa para vender”, informou a vítima, que é um advogado. Quando assinaram o contrato, o nome da loja era Gasoline (mesma nomenclatura da operação deflagrada pela 8ª Delegacia de Polícia contra a concessionária Fort Veiculo – nome atual da empresa).

Segundo o boletim e o relato da vítima, Viviane teria cobrado ainda R$ 1,7 mil para fazer o polimento e teria dito que o negócio estava fechado, e o veículo seria vendido por R$ 59 mil.

Depois de deixar o carro sob cuidados de Viviane, passaram-se ainda 29 dias e o automóvel seguia na concessionária. Depois de um mês, o advogado foi retirar o veículo e percebeu que nem o polimento havia sido feito, e o carro registrava mais 1.315 km rodados – quilometragem superior à distância entre Brasília e Rio de Janeiro, que é de cerca de 1,2 mil km.

Questionada, Viviane disse que seria impossível essa quilometragem, que o test drive é de apenas 200 metros, e que jamais tocou em carro de cliente “Só pode ser um perturbado para aumentar uma quilometragem dessas”, afirmou.

Raiva e gasolina
Em janeiro deste ano, um homem tentou reaver um Hyundai Creta que pertencia ao sogro. O veículo foi vendido, mas ele não teria recebido o valor referente ao automóvel. O cliente disse que levaria o carro de Viviane no lugar. Ela teria “partido para cima” dele, ferindo o pescoço do homem com as unhas. Segundo boletim de ocorrência, ficou uma lesão aparente.

Com raiva, o homem então saiu da loja e jogou gasolina no chão da concessionária.

Endemoniada, analfabeta, pobre e louca”
Uma cabeleireira também entrou na Justiça contra Viviane. Ela teria feito sete procedimentos capilares com a dona da loja. Para pagar, deu um cheque de terceiro no valor de R$ 2,9 mil. Quando a vítima depositou, o cheque voltou.

A profissional, então, ligou para Viviane cobrando o valor, e teria sido xingada de “endemoniada, analfabeta, pobre e louca”‘. Em sua defesa, Viviane disse que a cabeleireira a teria chamado de “golpista”. Neste processo, ela respondeu por injúria.

Entenda
Na sexta-feira (30/6), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da 8ª DP, deflagrou a operação Gasoline contra a loja de carros Fort Veículo, na Cidade do Automóvel, suspeita de praticar crimes de estelionato. Os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de contas, expedidos pela 8ª Vara Criminal de Brasília.

Das 35 ocorrências registradas contra a loja e a autora, em somente seis das denúncias que compõem o inquérito o lucro ilícito seria de, no mínimo, R$ 237 mil. A mulher já possui passagens por outros crimes de estelionato, apropriação indébita, vias de fato, injúria, lesão corporal e ameaça.

Questionada sobre a operação de sexta-feira, Viviane pediu para que procurasse os advogados dela. A defesa de Viviane alegou que ainda não teve acesso ao processo para se pronunciar e que este segue em segredo de Justiça

Criminosos usam nome do Procon para aplicar golpes em empresários; veja como se proteger

Criminosos usam nome do Procon para aplicar golpes em empresários; veja como se proteger

Segundo o superintendente do Procon Goiás, órgão não envia notificações eletrônicas aos fornecedores e empresários. Golpistas enviam link junto às mensagens de texto e -mail

Criminosos estão aplicando golpes em empresários de Goiás. Segundo o Procon Goiás, empresários e fornecedores afirmaram que receberam mensagens apontando para uma falsa reclamação contra os seus estabelecimentos.

Segundo o superintendente do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor de Goiás (Procon-GO), Levy Alves, o intuito dos golpistas é conseguir os dados desses empresários. Para isso, os criminosos enviam um link junto às falsas notificações eletrônicas.

Segundo o superintendente, o Procon não envia nenhum tipo de notificação eletrônica aos fornecedores e empresários.

“Os nossos processos são físicos. Nós temos um projeto de digitalização, mas hoje os processos são físicos. Então os canais de comunicação para apresentar defesa e ter acesso ao processo ou é fisicamente ou, quando entramos em contato, informamos quem está falando e referente a qual número de processo se trata”, afirmou Levy Alves.

A orientação do Procon é que, ao receber qualquer tipo de link, e-mail ou mensagem do órgão, a pessoa busque os canais oficiais do órgão, como as redes sociais ou o site oficial, para obter mais informações.

Polícia prende homem que se passava por técnico em eletrônica para aplicar golpes em Brasília

Polícia prende homem que se passava por técnico em eletrônica para aplicar golpes em Brasília

Maioria das vítimas têm mais de 60 anos e morava no Lago Norte. Investigação encontrou dezenas de eletrodomésticos na casa do suspeito.

Um homem foi preso nesta terça-feira (18), em Brasília, suspeito de aplicar golpes em idosos ao se passar por técnico em eletrônica. De acordo com a Polícia Civil, ele distribuía cartões com descrição do suposto serviço nas caixas de Correio dos moradores do Lago Norte e aguardava contato.

Quando as vítimas recorriam ao falso técnico, o homem fazia o orçamento e pedia um adiantamento inicial como entrada. Em seguida, conforme a investigação, ele retirava o eletrodoméstico da casa e desaparecia – com o dinheiro e com o aparelho.

Na casa do suspeito os policiais apreenderam geladeiras, aparelhos de TV, máquinas de lavar, secadoras e frigobar. O homem morava em Brazlândia e , de acordo com a Polícia Civil, foi preciso usar um caminhão para transportar os objetos até a delegacia.

O homem foi indiciado pelo crime de estelionato continuado e pode ser condenado a até 10 anos de prisão, com agravante de ter praticado crime contra pessoas idosas.

A Polícia Civil alerta que é necessário atenção da população para evitar cair em golpes como este, e recomenda que antes de solicitar algum tipo de serviço o cliente verifique se o profissional realmente possui capacitação e, além de preferir empresas autorizadas e com sede física.

A 9ª DP, do Lago Norte, orienta as vítimas para que se dirijam à delegacia para identificar e retirar seus aparelhos. Pelo menos 25 pessoas foram lesadas pelo estelionatário.

Bancária cai em golpe do Pix no DF e tem prejuízo de R$ 40 mil

Bancária cai em golpe do Pix no DF e tem prejuízo de R$ 40 mil

Servidora fez nove transferências de valores diversos. Criminosos sabiam informações pessoais, como apelidos carinhosos e rotina da família

O golpe do Pix está cada vez mais popular e não poupa ninguém. Neste fim de semana, uma bancária, de 62 anos, caiu na armação de bandidos, que se passavam pela filha, e transferiu mais de R$ 40 mil à quadrilha. A 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) investiga o caso informou que está em busca dos criminosos.

De acordo com a vítima, a filha mais velha estava em viagem pelo litoral baiano, com pouco acesso à internet. Uma pessoa, então, se passando pela primogênita, enviou uma mensagem para o celular da bancária, dizendo que o aparelho teria sofrido um curto-circuito e que precisaria fazer transação bancária para alguns amigos.

A mãe alegou que o perfil tinha a foto da filha e que os estelionatários sabiam informações pessoais, como apelidos carinhosos e rotina da família. “Em outros momentos eu fiz transferência para ela nesse mesmo esquema, e ela me ressarcia depois”. A servidora ainda contou que não seria a primeira vez que o telefone da herdeira apresentou problema. Além disso, a filha costuma cuidar de investimentos de amigos.

Durante dois dias, a bancária fez nove transferências de montantes diversos, sendo seis da própria conta, duas usando a conta da avó e uma do pai da jovem. Os valores foram crescendo, até chegar a um pedido de R$ 16 mil, quando ela se recusou, mas ainda não tinha desconfiado no golpe. A dúvida só teve início quando a filha enviou uma foto do celular que estaria supostamente queimado para a avó. Nesse momento, a mãe questionou sobre o modelo do aparelho e percebeu ter caído na armação da quadrilha.

Para fazer as transferências, a servidora precisou entrar no cheque especial. “Hoje estou fazendo um empréstimo nesse valor para conseguir pagar”, lamentou.

Com acesso às mensagens, os criminosos conseguem simular conversas com laços afetivos. Diante dessa situação, é necessário tomar cuidado para não cair na armadilha. De acordo com Serasa, alguns procedimentos podem ser feitos para evitar que a pessoa tenha prejuízo pelo esquema.

A primeira forma de evitar é protegendo sua conta de ser hackeada pelos bandidos. Para isso, é importante habilitar a autenticação de duas etapas na conta do WhatsApp.

1. Abra o WhatsApp;
2. Clique no menu de três pontos e acesse as “Configurações”;
3. Em “Conta”, escolha “Verificação/Confirmação em duas etapas”;
4. Clique em “Ativar” e escolha uma senha seis dígitos para a conta do WhatsApp;
5. Confirme o seu PIN (digite novamente o seu código pessoal);
6. Cadastre um endereço de e-mail válido para caso esqueça seu código;
7. Clique em “Avançar” e confirme seu endereço de e-mail, depois em “Salvar”.

No caso de fazer transferência, a empresa orienta verificar a identidade de quem está solicitando o repasse e sempre desconfiar de amigos enviando mensagem com suposta dificuldade financeira. O Serasa orienta a não fazer transferências para as pessoas sem antes confirmar por chamada telefônica ou pessoalmente, já que o aplicativo pode estar clonado.

A Polícia Civil reforça os cuidados e preparou cartilhas para orientar as pessoas nesses casos.

Registros de ocorrência por estelionato no DF dobram no período da pandemia

 

Dados obtidos pelo Correio por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) revelam que, em 2018 e 2019, a capital teve menos de 30 mil ocorrências. Na pandemia, em 2020 e 2021, foram 67 mil boletins

Golpe da falsa vaga de emprego, do cheque, do SMS e até do WhatsApp. Estelionatários têm se aproveitado da pandemia causada pelo novo coronavírus para atrair novas vítimas. Em 2020 e 2021, os dois primeiros anos mais críticos da crise sanitária, o número de casos de estelionato registrados pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) dobrou. Dados obtidos pelo Correio por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) revelam que, em 2018 e 2019, a capital teve menos de 30 mil ocorrências. Na pandemia, em 2020 e 2021, foram 67 mil boletins.

Para se ter uma ideia da proporção dos dados, no mesmo período foram notificados 57 mil crimes contra o patrimônio (roubos e furtos) na capital  — 6,8 mil ocorrências a menos do que a de estelionatos. O aumento foi tão significativo que, se todos os boletins, tivessem sido registrados em uma única cidade (no Recanto das Emas, por exemplo), cerca de metade da população teria sido vítima dos golpistas.
A maior parte dos golpes aplicados em 2020 e 2021 tiveram como vítimas moradores do Plano Piloto: foram 11 mil registros nos últimos dois anos, o que corresponde a 17% do total. Antes da pandemia, quase 25% dos estelionatos eram cometidos no Plano — 1 a cada 4 golpes aplicados no DF aconteciam na região.
A segunda cidade onde mais são relatadas tentativas de golpe é Taguatinga, com seis mil ocorrências (10%). Em seguida, aparece Ceilândia (9%), Águas Claras (7%) e Guará (6%).

Horário comercial

O levantamento obtido pelo Correio mostra, ainda, o horário em que os golpistas preferem atuar. Isto porque, ao registrar o boletim, a pessoa também precisa relatar à polícia a data e horário que o golpe foi aplicado. Diante disso, ficou constado que a maioria dos crimes aconteceu em dias de semana, no horário comercial. Poucos golpes foram relatados no período da noite ou da madrugada.

Especialista em segurança pública, Leonardo Sant’Anna explica que o DF concentra a maior quantidade per capita de conectados, além de ter uma das maiores rendas. “Temos a maior quantidade de internautas com rendas superiores proporcionalmente falando. Isso nos coloca numa condição diferente, mais visado pelos criminosos”, enfatiza.
Quanto a Brasília apresentar mais quantidades de registros, o especialista afirma que a explicação vem do fato de concentrar maior renda, diferente das outras regiões. “O Brasil continua sendo um dos grandes recordistas de depressão e ansiedade. Junto a isso temos profissionais dessas fraudes, que são capazes de fazerem leituras psicológicas e identificarem as melhores vítimas, pois eles se valem da fragilidade emocional”, destacou.

Organizações criminosas

Diferente de outras regiões do país onde o maior número de registros da atuação de organizações criminosas é relacionado ao tráfico de drogas, no DF, o foco das quadrilhas é ganhar dinheiro enganando o cidadão. Dos 16 boletins, que foram registrados em 2021 com a indicação do crime de organização criminosa, a maior parte das ocorrências (4) está relacionada ao estelionato.
Os crimes de “furto mediante fraude”, “uso de documento falso” e as atividades enquadradas como “crime praticados pela internet” tiveram duas ocorrências de organização criminosas cada. A lavagem de dinheiro também aparece como a atividade indicada em dois BOs relacionados a quadrilhas.
As demais ocorrências que mostram a atuação de grupos criminosos se relacionam a outros crimes como extorsão, maus tratos e o tráfico, que tiveram um registro do tipo em 2021.

Crime virtual

Para aplicar golpes, ameaças, injúrias, furtos, pedofilia e até extorsões, criminosos intensificaram o uso no meio virtual. Em 2019, o DF registrou 7.613 ocorrências por crimes praticados pela internet. Esse número ficou praticamente quatro vezes maior ao se comparar com os dois anos seguintes, em 2020 e 2021, período em que as pessoas ficaram mais em casa, chegando a um total de 30.273 notificações.
Os dados apontam baixa de apenas 1,2% em delitos praticados pela internet entre 2020 e 2021: foram 15.233 contra 15.040 ocorrências. Apesar da redução, os crimes estelionato, extorsão, stalking (perseguição), pedofilia e violência psicológica contra a mulher aumentaram em um ano.
Os estelionatos aparecem em primeiro lugar no ranking dos crimes que apresentaram crescimento entre 2020 e 2021: das 7.484 ocorrências, o número passou para 9.621. As extorsões subiram em 26%, passando de 168 para 212. O stalking passou de 18 para 156; pedofilia, de cinco para 16 notificações; e os crimes de violência psicológica contra a mulher foram de duas para 19 ocorrências.
“Há um volume gigante de pessoas que passaram a usar o meio virtual na pandemia. Junto a isso, vem o anonimato vinculado à solidão. Por exemplo, você tem alguém sozinho, em casa, sem ninguém para conversar, sem poder sair, confinado, e você pode criar o seu novo ‘avatar’. Esse ‘avatar’ virtual qualquer um passou a poder criar nesse novo ambiente. Mas isso vem conectado com todas as faltas de cuidado. Não há uma rede básica de proteção”, finalizou Leonardo.

 

Três perguntas para Dário Freitas, delegado da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC)

– Quais são os crimes mais praticados pela internet? E por quê?
O número de pessoas inseridas no universo digital no Brasil cresce de forma exponencial todos os anos. Cada vez mais os cidadãos aderem à internet, seja por redes sociais, transações comerciais, comunicações e etc. Tudo tem circulado em torno desse mundo virtual. Celulares, computadores, microdispositivos são uma realidade e precisam ser levados a sério, já que com eles, as formas de cometer crimes, também têm se modificado e feito vítimas, mesmo nos ambientes que eram considerados seguros, ou seja, a nossa casa.
Na mesma medida em que os cidadãos são incluídos no contexto digital, igualmente estarão vulneráveis com os perigos desse novo mundo digitalizado e sequer têm consciência dos perigos ali presentes. Há muito apelo para o uso das maravilhas da internet, no entanto os riscos e as medidas de segurança são, como regra, ignorados.
Os crimes cibernéticos de natureza financeira, como invasão de computadores, estelionatos, além de golpes gerais de extorsão, tiveram um aumento considerável, sendo que em grande parte das ações tiram proveito da pandemia. Delitos relacionados à pornografia infantil também tiveram aumento considerável.
– Na sua avaliação, é mais fácil praticar um crime pela internet? Seja estelionato ou pornografia, por exemplo? Por que os criminosos estão procurando mais o espaço virtual para isso?
Tendo em vista a existência de legislação tímida para o tema, o volume de crimes cibernéticos no Brasil vem crescendo, sobretudo em tempos de pandemia. Um dos fatores para o aumento seria o desenvolvimento de uma maior dependência dos sistemas conectados.

Pode me contar um pouco sobre o trabalho investigativo da polícia no combate a esse tipo de crime?
A investigação se inicia com a instauração do inquérito policial ou termo circunstanciado, que será feita após a denúncia do crime em alguma delegacia, portanto, doravante, começa a fase da apuração de provas. Procuramos manter na íntegra a comprovação probatória adquirida, pois para este tipo penal, todo ato feito por algum dispositivo eletrônico, deixa algum tipo de rastro codificado em alguma rede de dados, inclusive na deep web. A investigação dos crimes cibernéticos é feita através de uma análise técnica, que permite verificar a autoria e materialidade dos crimes praticados por meio de uma rede que interliga os computadores.