Seja bem-vindo. 27 de julho de 2024 04:01
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Bandidos do novo cangaço tentam se instalar em Goiás para ataque a bancos

O Correio investigou como funciona o mecanismo dos grupos criminosos que tentam dominar regiões que circundam o Distrito Federal na prática de grandes assaltos a bancos. Forças policiais montam estratégias para combatê-los

Roubos a bancos, a empresas de valores e a carro forte estão entre as prioridades do chamado “novo cangaço”, expressão usada para definir a ação de quadrilhas fortemente armadas que atuam no interior do país — uma alusão ao movimento que ficou famoso no começo do século 20, principalmente no Nordeste. No Entorno do Distrito Federal, em Goiás, criminosos de alta periculosidade ocupam chácaras na tentativa de criar bases para o planejamento de ataques e assaltos. A ousadia dos bandos institui ainda o “domínio de cidades”, alastrando terror à população. Nesta reportagem, o Correio traz detalhes de como agem grupos que tentam avançar por regiões goianas, mas se esbarram nas forças de segurança. Só este ano, entre abril e outubro, pelo menos 14 homens suspeitos de planejar ataques criminosos morreram em confrontos com a Polícia Militar goiana.

Ações nos moldes do novo cangaço ocorreram em várias regiões do país, como o ataque em Araçatuba (SP), em 2021, que deixou três mortos e cinco feridos, e em Confresa (MT), onde 15 homens invadiram a cidade fortemente armados com fuzis para assaltar uma empresa de transporte de valores. O caso ocorreu em abril deste ano. O modus operandi costuma ser semelhante. Armados, eles invadem o município, usam explosivos, fazem reféns e a atuação pode levar dias até toda a situação ser controlada pelas forças policiais.

 

Apesar de Goiás não registrar fatos com perfis semelhantes aos de Araçatuba e Confresa, os bandos tentam avançar na prática de crimes contra instituições financeiras. O estado é marcado pelo grande número de chácaras, longe do centro urbano e com pouca vizinhança. Os bandos se interessam por essas áreas e alugam imóveis na tentativa de montar bases de operação, como ocorreu em Luziânia, em 2021 e em abril deste ano. Resultado disso foi a morte de 14 criminosos que entraram em confronto com a Polícia Militar (PMGO) (leia Migração).

A extensa malha viária de Goiás também desperta o interesse desses grupos pela região. O estado conta com 87.996km de rodovias (federais, estaduais e municipais) e faz divisa com DF, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Minas Gerais e Bahia.

 

Vingança e jogos: ataques a provedores de internet disparam no DF

Neste ano, esse tipo de invasão teria derrubado pelo menos 90 servidores, mas o número poder ser muito mais alto

Vingança, extorsão e sabotagem são apenas algumas das motivações para ataques cibernéticos cometidos contra dezenas de provedores de internet que operam no Distrito Federal. A onda de ataques cresceu consideravelmente nos últimos meses e se tornou caso de polícia. A Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) registrou três ocorrências de ciberataques apenas nesta semana.

Neste ano, esse tipo de invasão teria derrubado pelo menos 90 servidores no DF, mas o número poder ser maior, já que muitas empresas demoram ou deixam de registrar ocorrência. O ataque é chamado de DDoS ou negação de serviço distribuída. É um tipo de ataque cibernético que tenta indisponibilizar um website ou recurso de rede inundando-o com tráfego mal-intencionado e deixando-o incapaz de operar.

As motivações dos ataques são diversas e passam por casos de vingança, quando alguma pessoa ou grupos podem retaliar um provedor de internet por motivos pessoais ou disputas anteriores. Também já ocorreram casos de extorsão quando invasores buscam vantagem financeira para interromper o ataque. Até invasões relacionadas a jogos on-line já foram registradas quando jogadores desonestos tentam lançar ataques contra servidores para obter vantagem injusta.