Bolsonaro diz que vai definir nesta segunda-feira data para fim do uso de máscaras
“Alguns países do mundo já adotaram (a desobrigação da máscara), liberou geral. Eu pedi um estudo para o Ministério da Saúde. Hoje, vamos reunir com o ministro Queiroga para darmos uma solução para esse caso”, afirmou
postado em 23/08/2021 11:26 / atualizado em 23/08/2021 23:44
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (23/8) que pretende definir hoje uma data em conjunto com o Ministério da Saúde para sugerir a desobrigação do uso de máscaras para a população. A declaração ocorreu em entrevista à Rádio Nova Regional, do Vale do Ribeira (SP).
“Alguns países do mundo já adotaram (a desobrigação da máscara), liberou geral. Eu pedi um estudo para o Ministério da Saúde. Hoje, vamos reunir com o ministro (Marcelo) Queiroga para darmos uma solução para esse caso. A ideia é a seguinte: pela quantidade de vacinados, pelo número de pessoas que já contraiu o vírus. Quem já contraiu o vírus, obviamente, está imunizado também, como é o meu caso. Nós tornamos facultativo, orientamos que o uso da máscara não precisa ser mais obrigatório, essa é a nossa ideia, que talvez tenha uma data a partir de hoje para essa recomendação do Ministério da Saúde”, apontou. Porém, a indicação da pasta da Saúde é de que mesmo aqueles que já contraíram a doença se vacinem, por conta do risco de reinfecção e de novas cepas.
Bolsonaro voltou a mentir ao dizer que o Supremo Tribunal Federal (STF) retirou seus poderes para agir durante a pandemia. “Vocês sabem que o STF simplesmente deu poderes aos governadores e prefeitos para ignorar o governo federal. Então, não basta a gente apenas orientar a ser facultativo. O governo pode simplesmente achar que para ele, né, é bom ainda continuar usando máscara, e eles continuarem nessa política”, acrescentou.
No mês passado, a Corte divulgou uma nota esclarecendo que não excluiu o presidente da tomada de ações no combater à pandemia da covid-19. Em um vídeo publicado nas redes sociais, o STF destacou que “não proibiu o governo federal de agir na pandemia” e que “uma mentira contada mil vezes não vira verdade”.
Desde que a Corte decidiu no ano passado que governadores e prefeitos tinham autonomia para implementar políticas de enfrentamento à crise sanitária, Bolsonaro tem dito que ficou impossibilitado de agir contra o coronavírus.
“O que eu vejo, desde o começo falei, talvez seja o único chefe de Estado do mundo todo que disse que temos que conviver com o vírus. Infelizmente, ele veio para ficar como muitas outros gripes que temos por aí”, continuou.
CoronaVac
Por fim, o chefe do Executivo relatou que o Brasil no quesito vacinação em relação aos demais países, “está indo muito bem”. No entanto, voltou a atacar a CoronaVac, a vacina mais aplicada no país, dizendo que a mesma “não está dando certo”.
“Obviamente, a gente pede a Deus e torce pela efetividade das vacinas. Se bem que algumas vacinas não estão dando certo. Tem uma chinesa, tem gente que tomou a segunda dose e está se infectado, está morrendo e não é pouca gente, não. A gente espera que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o próprio (Instituto) Butantã de uma resposta que a população tem o direito a saber a real efetividade da vacina que está tomando”, alegou. O próprio presidente ainda não se vacinou, apesar de já estar incluído há meses pelo grupo de idade.
A imunização não impede que a pessoa contraia o vírus, mas reduz os riscos de que se desenvolvam formas mais graves da doença. Segundo especialistas, nenhuma vacina é 100% eficaz contra doenças, o que inclui imunizantes utilizados há décadas, como vacinas contra sarampo, catapora e gripe. O objetivo é garantir que o sistema imunológico seja exposto ao vírus de forma segura.
A CoronaVac apresenta eficácia geral de 50,38% para prevenir casos da covid-19. Um estudo de efetividade conduzido pelo Instituto Butantan na cidade de Serrana, no interior de São Paulo, vacinou cerca de 75% da população adulta e observou quedas de 80% nos casos sintomáticos da doença e de 86%, nas internações, além da redução de mortes em 95%.