Motorista bêbada que matou ciclista vai a júri popular nesta 3ª no DF
Luzia Ferreira de Assis estava alcoolizada e sob efeito de cocaína no momento em que atropelou a vítima , em janeiro de 2020
População Ativa
02/08/2021 16:44,atualizado 02/08/2021 17:28
Está prevista para esta terça-feira (3/8) a sessão do júri popular que irá definir o futuro de Luzia Ferreira de Assis, 24 anos, acusada de atropelar e matar o ciclista Jailson Barbosa de Oliveira, 34, em janeiro de 2020. Ela aguardou um ano e meio pelo julgamento em liberdade.
Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e acatada pelo juiz do Tribunal do Júri de Ceilândia, a ré deve responder pelos crimes de homicídio e dirição sob a influência de álcool e cocaína. A decisão de pronúncia baseia-se em prova de materialidade e indícios de autoria do crime.
A família de Jailson tentou conseguir na Justiça uma decisão favorável para acompanhar o julgamento presencialmente, mas, por causa dos protocolos de combate à Covid-19, o pedido foi negado. Núbia Aparecida, irmã da vítima, espera que haja a condenação. “Todos os dias eu peço a Deus para que seja feita justiça. Não desejo que ninguém passe pela situação que a gente passou”, comenta.
O acidente
Jailson seguia para o trabalho pela ciclovia da DF-459 quando foi atropelado. O homem trafegava na via, em direção a Ceilândia, e Luzia dirigia seu carro no sentido contrário. O ciclista foi pego de frente e ficou bastante machucado. Levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital Regional de Ceilândia (HRC), ele morreu na manhã de 27 de janeiro.
Jailson morava em Brasília havia mais de 15 anos. Pai de uma garotinha de 2 anos, era panificador da Rede Potiguar.
No momento em que foi atropelado, ele seguia para o serviço, em Ceilândia. “Ele trabalhava muito. Era pela filha dele. Falava que precisava defender o pão de cada dia”, contou, à época, a irmã ao Metrópoles.
Segundo Núbia, fazia algum tempo que o irmão caçula havia optado por sair todos os dias de Samambaia para Ceilândia de bicicleta. A preocupação com a saúde era o motivo. “Ele dizia que estava meio acima do peso, então ia unir o útil ao agradável. Vendeu o carro e passou a pedalar todos os dias”, lembra.
A bicicleta, no entanto, era sinônimo de preocupação para Núbia na maior parte do tempo. “Quando chovia, eu sempre mandava mensagem pedindo para ele tomar cuidado com os carros e também para não pegar uma gripe”, completa a irmã.