Seja bem-vindo. 14 de outubro de 2024 07:51
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Gestante perde bebê após ir ao HRG e ser orientada a voltar para casa

Grávida buscava atendimento no Hospital Regional do Gama diariamente desde o último dia 9, até que perdeu o bebê. Comissão da CLDF investiga

Uma mulher grávida de 9 meses perdeu o bebê após não conseguir atendimento no Hospital Regional do Gama (HRG). O caso é investigado pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa, da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). A gestante deu entrada no HRG no último dia 9, com contrações e 4 centímetros de dilatação. No entanto, funcionários da unidade de saúde teriam a mandado voltar para casa e orientado que só retornasse ao hospital se as contrações ficassem mais ritmadas.

A mãe, então, passou a ir ao HRG todos os dias, na tentativa de dar à luz a filha. Nessa quarta-feira (14/8), ela teve picos na pressão arterial, dirigiu-se ao hospital e, ao ser atendida por um médico, recebeu a recomendação de caminhar e fazendo exercícios pelo espaço da unidade de saúde, a fim de que a dilatação aumentasse. Após aguardar por três horas, ela passou por exame, e o médico teria afirmado que o coração da bebê estava ótimo. A gestante foi orientada a voltar para casa novamente e a retornar ao hospital apenas caso tivesse algum sangramento, perda de líquido ou contrações de cinco em cinco minutos.

Na sexta-feira (16/8), a gestante foi a uma unidade básica de saúde (UBS), e a médica que a atendeu não teria conseguido escutar o coração do bebê. A profissional de saúde pediu, então, que a mãe fosse ao Hospital da Cidade Ocidental (GO), no Entorno do Distrito Federal, que providenciou uma ambulância e levou a paciente de novo ao HRG. Por volta das 15h30, o Hospital Regional do Gama confirmou a morte da bebê.

 

Pedido de investigação

Com essas informações, a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, representada pelo presidente do comitê, o deputado distrital Fábio Felix (PSol), pediu à Secretaria de Saúde (SES-DF) uma “investigação abrangente sobre os casos notificados de negligência e demora no atendimento”.

 

“Urge pontuar que este não é o primeiro caso de morte de bebês e crianças por falta de atendimento nas unidades de saúde do DF, e esta tem sido uma demanda recorrente junto à comissão”, afirmou o parlamentar.

O comitê pediu, ainda, a contratação de mais profissionais; o desenvolvimento de um plano de ação para enfrentamento de casos semelhantes; o treinamento e a reciclagem dos funcionários da rede de atendimento; a melhoria na comunicação entre pacientes e médicos; a adoção de um sistema de monitoramento e avaliação da qualidade dos serviços prestados; além do reforço das políticas de saúde.