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Alta da taxa de transmissão da covid-19 no DF chama a atenção de autoridades

PANDEMIA
Alta da taxa de transmissão da covid-19 no DF chama a atenção de autoridades
Ao Correio, o diretor de vigilância epidemiológica da Secretaria de Saúde (SES-DF), Fabiano dos Anjos, falou sobre as frentes em que o governo vai atuar para conter a transmissão do coronavírus e da subvariante da ômicron

Com o registro de casos confirmados da subvariante da ômicron — BQ1 — em alguns estados do país, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) demonstrou preocupação com o cenário na capital federal, principalmente com a crescente alta da taxa de transmissão (veja quadro). Para isso, um sequenciamento está sendo realizado pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) que deverá, nos próximos dias, atestar se a nova sequência da doença chegou ou não a Brasília. Outra medida para conter o avanço do novo coronavírus é a vacinação de bebês de 6 meses. Um lote de 14,4 mil doses do imunizante da Pfizer deve chegar hoje ao Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek.

No país, a nova subvariante foi identificada em cinco estados e registrou o primeiro óbito em São Paulo. A BQ.1 surgiu de uma outra subvariante, a BA.5, e é uma das 300 sublinhagens da ômicron, predominante no mundo. No DF, o laboratório monitora a situação, e um panorama melhor da situação deve ocorrer, pelo menos, até a próxima semana. “O Lacen tem feito um trabalho contínuo de vigilância de qualquer variante ou subvariante no DF. Essas amostras estão sequenciadas, e o que havia circulado no DF (de mutações da ômicron) são aquelas já identificadas no primeiro semestre. Teremos algum entendimento sobre a nova subvariante daqui uns dias”, detalhou o diretor de vigilância epidemiológica da SES, Fabiano dos Anjos.

O chefe da vigilância da pasta também detalhou que o DF deve começar a vacinar as crianças de seis meses e menores de 3 anos com comorbidades na próxima semana. Ele afirmou que a pasta trabalha com duas estratégias primordiais: sensibilizar a população, principalmente de jovens a se imunizarem, e o aumento de testagens. “A proteção da vacina tem uma validade e a proteção diminui. Sabemos que existem várias mutações do vírus e a baixa imunização contribui para uma nova variante. O momento das máscaras já passou, mas as medidas de precaução não. Precisamos testar (a população)”, conclui.

Para especialistas ouvidos pelo Correio, a taxa de transmissão alta, que chegou a 1,32 ontem, e com a aproximação de datas importantes — como a Copa do Mundo e festas de final de ano — podem ocasionar um crescimento no número de infectados no Distrito Federal. Mesmo com o número baixo de mortes e internações, o infectologista Hemerson Luz aponta que a Saúde deverá adotar uma estratégia que busque incentivar a população a se vacinar contra a doença. “O aumento dos casos foi potencializado com as aglomerações das eleições, e datas festivas poderão agravar ainda mais a situação. A nova subvariante tem algo diferente das demais: ela burla o sistema de defesa do corpo humano, principalmente de quem não se vacinou. A receita é a de sempre: as pessoas se vacinarem, para a não evolução de um caso grave da doença”, alerta o especialista.

 

O Correio percorreu a Rodoviária do Plano Piloto, e percebeu que alguns passageiros optaram — mesmo com a crescente da taxa de transmissão — por utilizar máscara de proteção contra a covid-19. Moradora de Águas Lindas (GO), a analista financeira Kátia José de Oliveira, 45, decidiu utilizar o item. “Voltei a usar a máscara todos os dias, principalmente dentro do transporte público. Estou tomando cuidados, e todos nós temos que ficar bem atentos com a questão da covid-19, porque a taxa de transmissão está aumentando bastante”, diz. A operadora de telemarketing, Isabele Barros, 20, moradora do Guará, afirmou que está sabendo do aumento da taxa. “A gente teme perder parentes e amigos para essa doença. Se tiver que tomar a vacina novamente, a gente tem que tomar. É melhor sempre estar protegido, principalmente contra a covid-19”, assentou.

O cenário de alta da taxa de transmissão no DF chama a atenção das autoridades do DF?

Sim. A maior preocupação da pasta e do nosso governador Ibaneis Rocha é aumentar a nossa cobertura vacinal, principalmente daquela população que não completou o esquema. Esse aumento dos casos acendeu um alerta, e precisamos conquistar a população a se vacinar contra a covid-19.

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