Adolescente com câncer é vítima de bullying em escola pública de Luziânia

Adolescente com câncer é vítima de bullying em escola pública de Luziânia

Uma adolescente de 14 anos, aluna do 9º ano da Escola Estadual Osfaya, em Luziânia (GO), está enfrentando episódios recorrentes de bullying desde que iniciou o tratamento contra um câncer ósseo. Após a amputação de uma das pernas e o início da quimioterapia, a estudante passou a ser alvo de insultos cruéis por parte de duas colegas de classe.

A jovem, diagnosticada com osteossarcoma, utiliza uma prótese e perdeu os cabelos devido ao tratamento. Segundo relatos da vítima e da família, as agressoras fazem comentários como “manca”, “pneu careca” e “lá vem a desgraça”. A situação ficou insustentável após a divulgação de vídeos em redes sociais, nos quais é possível ver a adolescente sendo humilhada na escola.

“Ela chega em casa chorando, não consegue dormir, está com medo de voltar para a escola. Minha filha está sofrendo”, relatou a mãe da estudante, que procurou ajuda psicológica no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) do município.

Diante da gravidade do caso, um boletim de ocorrência foi registrado, e a Polícia Civil de Goiás instaurou inquérito na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). O Conselho Tutelar também acompanha a situação.

A direção da escola afirma que só tomou conhecimento do bullying após o vídeo se espalhar nas redes. Em nota, a Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc-GO) informou que uma equipe multidisciplinar do programa “Ouvir e Acolher” foi mobilizada para investigar o ocorrido e prestar apoio psicológico e pedagógico à vítima. Também estão sendo providenciadas ações educativas com os demais alunos da unidade.

“O ambiente escolar deve ser um espaço de acolhimento, respeito e aprendizado. Estamos atuando com rigor para garantir a segurança da estudante e a responsabilização dos envolvidos”, declarou a Seduc.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), crianças e adolescentes em tratamento oncológico frequentemente enfrentam discriminação e preconceito no ambiente escolar, o que pode agravar ainda mais o sofrimento emocional.

Especialistas defendem que o combate ao bullying exige ações estruturadas, como rodas de conversa sobre empatia, campanhas educativas e suporte contínuo às vítimas. A adolescente de Luziânia continua sendo acompanhada por profissionais de saúde e pela equipe pedagógica da escola, que busca garantir sua permanência no ambiente escolar de forma segura.

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