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Resfriado comum pode gerar proteção contra o coronavírus, diz estudo

Resfriado comum pode gerar proteção contra o coronavírus, diz estudo

Pesquisa mostra que o organismo produz altos níveis de células T após resfriado causado por outros coronavírus mais leves

Um estudo conduzido por pesquisadores do Imperial College de Londres revela que a imunidade gerada naturalmente pelo corpo após um resfriado causado por outros coronavírus pode oferecer proteção contra a Covid-19. A descoberta foi publicada na revista científica Nature Communications nessa segunda-feira (10/1), e pode auxiliar em novas pesquisas para vacinas de segunda geração contra o coronavírus.

 

Apesar dos resultados, os especialistas advertem que não se deve contar apenas com esse tipo de proteção, e que as vacinas continuam sendo a forma mais eficiente de proteger a população e impedir casos graves. Seria um “grave erro”, dizem eles, achar que quem teve um resfriado recentemente está protegido contra a Covid-19.

Importância das vacinas

O médico Simon Clarke, da Universidade de Reading, no Reino Unido, afirma que apesar de se tratar de um estudo pequeno, ele contribui para que cientistas entendam como nosso sistema imunológico enfrenta o coronavírus, o que pode ajudar no desenvolvimento de vacinas futuras. Entretanto, os dados devem ser lidos com cautela.

“Parece improvável que todas as pessoas que morreram ou ficaram em estado grave (com Covid-19) nunca tenham tido um resfriado causado por um coronavírus. E é um grave erro achar que qualquer pessoa que tenha tido um resfriado recentemente está protegido da Covid-19”, orienta Simon Clarke.

O professor Ajit Lalvani, autor principal do estudo, concorda que as vacinas são cruciais para essa proteção.

Aprender com o que o corpo faz de correto pode ajudar em projetos de novas vacinas”, defende o professor.

As fórmulas atuais contra a Covid-19 utilizam as proteínas spike do coronavírus, que são usadas para invadir as células humanas mas podem mudar com o surgimento de novas variantes. Contudo, as células T têm como alvo proteínas internas dos vírus, que não mudam tanto com a evolução do vírus.
Segundo Lalvani, as evidências propõem que futuramente as vacinas sejam baseadas no trabalho das células-T, que potencialmente oferecem uma proteção mais ampla e duradoura contra o coronavírus.

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