Conforme Polícia Civil, internos eram amarrados e torturados. Fotos mostram que vários deles têm hematomas pelo corpo; local ainda fazia medicações sem permissão, conforme delegada.
Uma clínica de reabilitação clandestina foi fechada por suspeita de maus-tratos e agressões contra internos, em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. De acordo com a delegada Samya Noleto, os internos denunciaram que eram amarrados e torturados pelos responsáveis do local há pelo menos três meses. Três deles apresentam vários hematomas pelo corpo.
“Um deles relatou que era amarrado e espancado caso desobedecesse alguma ordem. Eles apresentam várias lesões nos braços, pernas e nádegas”, disse a delegada.
Como o nome da clínica e dos responsáveis não foram divulgados, não conseguimos localizar a defesa deles para que se posicionassem até a última atualização desta reportagem.
clínica foi interditada na quinta-feira (2). De acordo com a delegada, o local não tinha alvará de funcionamento para atuar com internações junto aos órgãos competentes. Os responsáveis também são suspeitos de ministrarem medicamentos sem auxílio ou prescrição de um médico. Vários remédios foram apreendidos no local.
“O grande problema é que lá não é centro de internação, mas sim um centro terapêutico, onde as pessoas não podem ficar internadas e serem medicadas. Ou seja, agiam de forma clandestina”, contou a delegada.
No dia da interdição, havia 58 internos no local, que foram encaminhados às famílias. Eram dependentes químicos e até idosos o que, segundo da delegada, as pessoas com idades avançadas não poderiam ficar no local, pois lá não era um abrigo.
A delegada informou que não houve situação de flagrante e que, por isso, a responsável do local não foi presa. As lesões apresentadas pelos três denunciantes teriam acontecido três dias antes da interdição. A responsável está sendo investigada por tortura.