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Covid-19: ocupação de leitos em UTIs da rede pública do DF sobe em setembro

Covid-19: ocupação de leitos em UTIs da rede pública do DF sobe em setembro

Após queda da taxa na segunda metade de agosto, indicador aumentou na última semana. No entanto, vagas disponíveis também diminuíram no período, devido à desmobilização de unidades para atendimento de pacientes com outras demandas de saúde

As internações de pacientes graves com covid-19 no Distrito Federal subiram, aproximadamente, sete pontos percentuais em uma semana, após sequência de quedas verificada no mês passado. Ontem, a taxa de ocupação dos leitos em unidade de terapia intensiva (UTI) na rede pública de saúde ficou em 59,6%, contra 52,5% em 31 de agosto — menor resultado identificado desde 4 de março, início da série histórica disponibilizada no portal InfoSaúde-DF, da Secretaria de Saúde. A alta verificada nos resultados antecede a extinção do toque de recolher na capital federal e o fim das restrições de horários para funcionamento do comércio, que passam a valer nesta quarta-feira (8/9).

 

Em relação às UTIs públicas, dois meses atrás, em 7 de julho, a taxa de ocupação estava em 75,5%. Em 7 de agosto, o registro era de 58,9%, praticamente o mesmo dessa terça-feira (7/9 — leia Taxas). No entanto, a partir do último dia 18, o indicador apresentava tendência de queda — na data, o resultado foi o mais alto verificado em todo o mês passado: 68,9%.

Vale ressaltar, porém, que a taxa de ocupação é proporcional à quantidade de vagas em UTI para pessoas com covid-19. Em 7 de julho, havia 188 disponíveis, contra 173 em 7 de agosto. Na terça-feira (7/9), a rede pública de saúde do DF tinha 129 reservadas para pacientes com a doença, pois, há algumas semanas, o Executivo local tem desmobilizado leitos para atender o público com outras demandas de saúde. O Correio entrou em contato com a SES-DF, para questionar o motivo da alta nas internações e sobre possíveis medidas para diminuir o índice. Contudo, até o fechamento desta edição, a reportagem não teve retorno.

 

Circulação

Integrante de um grupo de pesquisadores que acompanha a evolução da pandemia no país, o professor Tarcísio Marciano acredita que o aumento observado nos últimos dias seja causado pela variante delta. Ele acrescenta que os índices devem continuar a subir nas próximas semanas. “Soma-se a isso a normalização quase total das atividades, como a volta das (aulas nas) escolas. E o nível de testagem do DF em crianças é baixo, muito inferior aos exames feitos em adultos — que são poucos. Temos observado mais de mil casos por dia, e a circulação do vírus está alta há algum tempo. Essa cepa é muito preocupante”, ressalta o pesquisador da Universidade de Brasília (UnB).

 

A taxa de transmissão da covid-19 ficou em 0,92 nessa terça-feira (7/9) — o que demonstra que cada grupo de 100 pessoas infectadas pode transmitir a doença para, em média, outros 92 indivíduos. Mesmo assim, o professor Tarcísio alerta para a possibilidade de uma terceira onda da doença atingir o DF: “É difícil prever, mas as chances são razoáveis, e as condições estão postas. As pessoas plenamente vacinadas com as duas doses ou dose única (no DF) ainda são poucas. E a taxa de ocupação das UTIs está claramente em alta. O vírus está com a faca e o queijo na mão. Quem acompanha os dados percebe o aumento dos casos”.

A capital federal acumula 476.789 infecções pela covid-19 e 10.156 vítimas da doença. A Secretaria de Saúde confirmou mais 646 pacientes e 12 mortes, na terça-feira (7/9). A média móvel de casos cresceu 34% em relação a 24 de agosto — duas semanas atrás —, e o indicador referente aos óbitos subiu 3,25%, na comparação com a mesma data. Por estar abaixo de 15%, ele demonstra estabilidade.

Para esta quarta-feira (8/9), a SES-DF espera a chegada de 43.290 imunizantes Pfizer/BioNTech. Desse total, 16.380 serão usados para continuar a vacinação de adolescentes com 17 anos. O restante será aplicado como segunda dose.

Por enquanto, 2.032.007 pessoas deram início ao esquema vacinal no DF, o que representa 78,8% da população com mais de 12 anos da capital federal — grupo apto a receber as doses. O público que completou a imunização é formado por 911.494 habitantes (35,3%).

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